A chuva de meteoros Geminídeas é uma das mais intensas todos os anos, especialmente no Hemisfério Norte. Em 2017, tivemos o privilégio de observá-la de Jasper, um ótimo lugar para apreciar esse fenômeno.

Chuva de meteoros Geminídeas.

Silhueta de árvores e céu estrelado em Jasper.

Já falei sobre preparação, e considero essa parte muito importante ao planejarmos viagens, principalmente se você tem um “objetivo” em mente (como foi o nosso caso ao visitar a Islândia para ver a Aurora Boreal). Mas para além do planejamento, às vezes é necessário um pouco de sorte também. Quando fui visitar minha irmã no Canadá em dezembro de 2017, onde ela mora, claro que eu não planejei toda a viagem com base em uma chuva de meteoros; a disponibilidade dela para tirar férias e nos receber era muito mais importante. 

Dito isso, ao definirmos a data e sabendo que o Canadá é um ótimo lugar para interagir com a natureza, fui “caçar” eventos naturais interessantes que poderiam acontecer lá na época da viagem. Nessas pesquisas, foi uma grata surpresa descobrir que a chuva de meteoros Geminídeas, uma das melhores pra se ver no Hemisfério Norte, aconteceria durante nossa estadia. Opa, então começamos bem!

Na cidade em que ela mora, provavelmente não conseguiríamos ver muita coisa por causa das luzes, mas a gente também planejava visitar Banff e Jasper, que são bem menores. E aí entra a parte da preparação: o que a gente fez foi ajustar o roteiro de tal forma que estivéssemos em Jasper durante a chuva, já que lá seria o melhor lugar pra observá-la.

A chuva de meteoros Geminídeas sempre acontece no meio de dezembro. Em 2017, o pico seria entre 13 e 14 de dezembro, e lá fomos nós.

Silhueta de árvores e céu estrelado em Jasper.

Temperatura máxima de -7º, mínima de -14º… E aí, como é que faz para ver a chuva de meteoros Geminídeas?! 

Eu, Bruna e Dani planejamos ver a chuva de meteoros Geminídeas no final da noite do dia 13. Depois de um longo dia de passeios, estávamos bem cansados e o frio, penetrante. Confesso que sair pra rua não parecia ser uma tarefa fácil e quase ficamos todos no conforto da casa aconchegante e aquecida… mas como já falei antes, desconfortos são passageiros e memórias são eternas. Então vamo que vamo!

Bruna, gravidíssima do Martin, decidiu ficar em casa. Ela precisava de mais descanso e aproveitou bem o quarto quentinho! E fomos lá, eu e Dani, encarar aquela friaca. Ainda bem que estávamos bem agasalhados!

Via Láctea e montanha em Jasper.

Meteoro e céu estrelado em Jasper.

Estava frio? Estava. E foi espetacular ver a chuva de meteoros Geminídeas de Jasper? Ô, se foi!

Depois de decidirmos sair, faltava ainda definir onde ver o fenômeno. Queríamos um lugar mais afastado das luzes e com céu aberto. Decidimos ir pro Pyramid Lake e sua charmosa ilhota. Tem uma ponte que leva até a pequena ilha e “arranchamos” por lá.

Vista do Google Maps do lago Pyramid.

Ponte e céu estrelado em Jasper.

Não tínhamos a menor ideia do que esperar lá: estaríamos sozinhos? Haveria 300 pessoas no mesmo lugar? Só chegando pra descobrir…

Quando chegamos, tinha um casal. Conversamos um pouco com eles e foram chegando mais algumas pessoas, não muitas. No total, acho que éramos 8 ou 10. Realmente, aquele frio não era pra qualquer um.  

Honestamente, eu não esperava uma experiência tão legal! No dia 13, a previsão era um pico de 50 a 70 meteoros por hora cortando o céu. Não parece muito, mais ou menos 1 por minuto… mas é espetacular! Para quem gosta de natureza, é um evento inesquecível. A gente fica completamente bobo olhando pra cima tentando se localizar, caçando de onde vai aparecer o próximo meteoro… e de repente, BAM! Aparece um clarão e todo mundo começa a gritar apontando pra algum lugar no céu. Isso dura o quê, 2 segundos? 3, no máximo? É quase uma caça ao tesouro: se alguém grita e aponta, você olha! 

Meteoro da chuva de meteoros Geminídeas passando sobre montanha em Jasper.

Ponte e céu estrelado em Jasper.

A janela de oportunidade não é muito grande e, em poucas horas a situação muda completamente. De repente, aqueles meteoros que cruzavam o céu todo minuto ficam 3, 5, 8 minutos sem aparecer… depois de umas 2 horas e morrendo de frio, voltamos pra casa. No total, acho que vimos de 70 a 90 meteoros, por aí. Um mais especial que o outro.

No dia seguinte, lá vamos nós de novo ver a chuva de meteoros Geminídeas!

Eu e Dani voltamos tão empolgados que a Bruna se arrependeu de não ter ido, rsrs. Então acabamos decidindo fazer a mesma programação no dia 14 de noite. Ou seja, lá vamos nós tentar observar a chuva de meteoros Geminídeas novamente.

Mas que diferença que um dia faz! Se 24 horas atrás a gente via 1 meteoro por minuto, agora era 1 a cada 5, 6 minutos… nesse dia, contei apenas 11 meteoros. Claro que não foi bom como no dia anterior, mas ainda assim foi legal e valeu a pena. Até porque o céu estrelado já é um espetáculo por si só, num lugar como esse você tem o privilégio de ver a Via Láctea e estrelas que nem sabia que existiam… isso já vale o perrengue e o frio.

Via Láctea e montanha em Jasper.

Silhueta de árvores e céu estrelado em Jasper.

Vai viajar para algum lugar mais isolado ou aberto? Pesquise por chuvas de meteoros

Eu e Bruna não temos o perfil de planejar uma viagem inteira em torno disso, principalmente agora com os meninos pequenos. E definitivamente não iremos procurar por chuvas de meteoros ao passarmos férias em Roma ou São Paulo, lugares em que mal dá pra ver estrelas.

Mas se formos pra qualquer lugar com menos luzes, onde seja possível admirar bem o céu e as estrelas, com certeza “calendário de chuvas de meteoros” fará parte das pesquisas da viagem. 🙂

Céu estrelado em Jasper.

Silhueta de árvores e céu estrelado em Jasper.

Silhueta de árvores e céu estrelado em Jasper.