Hoje vamos falar de dicas práticas para você que está montando roteiro de viagem. Como fazer, onde pesquisar, além de outras dicas importantes.

Lembro que meu pai sempre diz que o melhor da festa é esperar por ela. Eu acho que isso (quase) se aplica a viagens e seu planejamento. Eu AMO planejar e criar o roteiro das viagens que fazemos e gasto horas concentradíssima nisso, tanto que normalmente sou a encarregada das pesquisas de roteiro, hospedagem e transportes de todas as viagens que fazemos, em grupo ou em família.

Depois de alguns anos nessa tarefa, desenvolvi um método, que está longe de ser perfeito, mas tem suas vantagens, e por isso vou compartilhar aqui as dicas de como fazer um roteiro de viagem.

Passagens: se você está  montando roteiro de viagem, precisa começar por aqui 

A maioria das nossas viagens só existe de verdade depois que compramos as passagens. E normalmente compramos pelo TAP Miles and Go ou por promoções que vimos no Passageiro de Primeira, Melhores Destinos e Passagens Imperdíveis. Vale muito a pena acompanhar essas páginas quando se quer preencher os dias de férias. Se você tem uma data e/ou local específico para ir, também é legal criar um alerta no Google Flights (ou nos grandes buscadores, Decolar, Kayak etc…) para monitorar o preço e comprar quando baixar.

Carro estacionado em frente a uma casa na Islândia.

Pesquise em blogs e outras fontes

Existe um motivo para termos criado esse blog: algo sobre ouvir um relato de uma pessoa real torna a informação muito mais confiável e até próxima, sabe? Pelo menos eu me sinto assim, e por isso sempre começo as pesquisas por blogs e vou montando o roteiro de viagem considerando essas informações. 

Antigamente, a pesquisa do Google permitia filtrar o resultado só por blogs (saudades dessa aba!), mas hoje em dia já tenho alguns endereços preferidos por onde normalmente começo. O Viaje na Viagem é a bíblia dos blogs de viagem, um dos mais antigos portais sobre o assunto e um ótimo ponto de partida para começar a pesquisar, principalmente porque o Ricardo sempre linka muitos outros blogs conforme o destino. O Melhores Destinos é outro excelente lugar para pesquisar, principalmente agora que eles têm guias super completos separados por destinos.

A ABBV também é um bom lugar para encontrar blogs mais profissionais. Então, com as passagens compradas, começo a abrir mil abas em mil sites diferentes e leio bastante sobre o destino. Aos poucos as peças vão se encaixando, as informações vão encontrando lugar na minha cabeça, e, cruzando isso com a nossa viagem (quantidade de dias, estação do ano etc), começo a desenhar o roteiro de viagem numa planilha. 

Planilha do Google Sheets, como fazer um roteiro de viagem usando essa ferramenta 

Mesmo que você não seja a pessoa mais habilidosa com o excel, criar um roteirinho numa planilha não tem nenhum segredo e facilita muito a organização da viagem. Mas por mais que eu ame planejar viagens, tento não amarrar demais as coisas e não ocupar cada segundo. Até porque imprevistos acontecem (principalmente viajando com crianças pequenas) e assim… estamos de férias né? É legal ter algum nível de espontaneidade, aliado a um planejamento para não perder oportunidade de explorar o local da melhor maneira.

A planilha que eu faço é bem simples, algo parecido com um calendário expandido, com os dias nas colunas e os turnos (manhã, tarde e noite) em três linhas grandes. 

Como organizar essa planilha

A primeira informação que coloco nos roteiros de viagem é a dos voos: horários, aeroportos e códigos de reservas. Em seguida, coloco o que já temos de compromissos fixos (ingressos de parque, viagens de trem, reservas de restaurante ou passeios, coisas assim). A partir daí, vou montando conforme as pesquisas acontecem (e as conversas com os outros participantes da viagem, porque não decido nada sozinha né?). 

É legal esse formato de calendário para visualizar a viagem como um todo. E também é importante se atentar para coisas do tipo: a entrada para o museu x é gratuita toda terça-feira? Ou a troca da guarda  em um palácio acontece todo dia às 10h? Os ingressos daquele show que você procura são mais baratos na matinê? E o metrô que chega naquela atração roda aos domingos?

Desse jeito, fica mais fácil para se planejar. Eu também gosto de agrupar as atrações por localização, para otimizar o tempo. Nesse ponto da pesquisa, costumo já ter uma noção boa do que vamos querer fazer naquele lugar, restaurantes que queremos conhecer, enfim, o esqueleto já está pronto. Começo, então, a marcar tudo num mapa.

Um bom mapa é essencial se você está montando roteiro de viagem

Talvez essa seja minha parte preferida. Eu amo ver mapas (às vezes faço isso por esporte… é grave, doutor?) e, conforme vou pesquisando, começo a ter uma noção das áreas mais estratégicas, as mais agitadas, pontos mais importantes. Então, abro um novo mapa no My Maps e começo a marcar tudo isso separando por cores (restaurantes, hospedagens, pontos turísticos). Também dá para incluir rotas nesses mapas e organizar por abas, assim:

Eu adoro essa ferramenta para criar o roteiro de viagem, mas acho que ela é meio negligenciada pelo Google – às vezes sinto que só eu uso, tipo quem tem e-mail do Bol, sabe? Apesar de ser um recurso legal, tem muito para melhorar… ele nem tem um aplicativo dedicado (já teve, mas tiraram do ar) e não tem como salvar o mapa offline, que é algo importantíssimo em viagens, como veremos logo mais. Apesar de não ser perfeito, continuo gostando de usar porque facilita muito a organização visual e ajuda em como fazer um roteiro de viagem.

Também facilita o planejamento, por exemplo: se vamos visitar 3 atrações num determinado bairro, já procuro por algum restaurante por ali (procuro no Google: “restaurante barato/bom/custo-benefício no local x”), para não termos que ficar zanzando no dia e correr o risco de cair num pega-turista. Ver o mapa do próximo destino todo cheio de pins coloridos me dá um quentinho no coração… 

Montando roteiro de viagem: hospedagens

Ao mesmo tempo que pesquiso sobre as principais atrações, também começo a ler sobre onde é melhor ficar. Importante dizer que isso varia muito, seja pelo tamanho do grupo, quantidade de dias e até pelo objetivo da viagem. Por exemplo: se você vai viajar em grupo, será que vale a pena alugar uma casa grande em vez de vários quartos de hotel? Vocês vão alugar carro? Se sim, precisam de uma hospedagem com estacionamento. Vão com crianças pequenas? Um local com cozinha é altamente recomendável. Coisas assim, entende? Ao mesmo tempo, é importante observar áreas perigosas/distantes/com muito trânsito ou mal servidas de transporte público. 

Principais sites e critérios de pesquisa 

Os sites que mais uso para pesquisar hospedagem são: Booking, Hoteis.com e Airbnb. Cada um tem seus pontos fortes e fracos, então sempre vale pesquisar nesses três (pelo menos) antes de tomar a decisão final. O Hoteis.com, por exemplo, tem um programa de fidelidade bem legal, que a cada 10 noites você ganha uma (o que equivaleria a 10% de desconto em cada reserva). Já o Booking tem descontos para quem é genius, e às vezes os preços ficam excelentes. Em ambos, quase sempre conseguimos usar o Meliuz para obter cashback (se você ainda não conhece, corre aqui e se cadastra! É dinheiro de volta mesmo). 

Com o Airbnb, tenho uma relação de amor e ódio rs… já ficamos em lugares muito legais e outros meio espelunca (que tinham boas avaliações!). Então, tem que ficar esperto, mas é uma opção que eu sempre considero, porque me agrada muito ficar em apartamentos/casas pelas facilidades de ter cozinha e máquina de lavar. 

Com crianças, acho essencial, mas mesmo estando só adultos, poder cozinhar é uma boa economia com alimentação. Além disso,  a possibilidade de lavar roupa permite uma mala mais enxuta. Aliás, cabe também mencionar que esse tipo de hospedagem não é permitida em todo lugar. Você sabia que, em Nova York, essa modalidade é ilegal para estadias menores que 30 dias? Mesmo assim, existem mil opções no Airbnb e em outros sites similares, mas você vai correr o risco de bater polícia na sua porta no meio das férias? Eu não rs.

Piscina azul interna em hotel na Europa.

Salvar tudo do roteiro de viagem offline

Bem, você fez todo o seu planejamento lindo e maravilhoso, reservou voos, hotéis, alugou carros e agendou passeios. Agora é só salvar tudo isso em pdf numa pasta na sua nuvem preferida e deixar tudo disponível offline (importantíssimo!), afinal, sabe-se lá se vai ter wifi disponível quando você chegar, se a rede 4G do chip que você comprou vai pegar naquele canto do aeroporto ou da cidade. Tem gente que prefere levar tudo isso impresso, mas eu realmente não vejo necessidade de gastar tanto papel. Se você preferir não confiar 100% na tecnologia, faça um resumo em poucas folhas para não gastar (nem carregar) tanta coisa. 

Por outro lado, algo que eu gosto de levar em papel é uma cópia do passaporte (também tenho foto dos passaportes de todos da família salvos offline no celular), para conseguir me virar em caso de perda. Dependendo do destino, também gosto de levar cópia dos nossos contracheques mais recentes, para “provar” que temos emprego e vínculo no Brasil e que não vamos abusar da hospitalidade local rs.

Outra coisa que gosto de fazer depois de criar o roteiro de viagem é enviar a minha planilha com o cronograma (aquela que citei ali em cima) para os meus pais e sogros. Assim, eles sabem as informações principais de voos, hotéis e cidades que passaremos, caso aconteça algum imprevisto (Deus nos livre).

Montando roteiro de viagem: contrate um seguro saúde

Um item essencial em qualquer viagem, especialmente as internacionais, é o seguro saúde. A gente paga pedindo para não usar, e muitos vão somente com os seguros que o cartão de crédito oferece. É importante se atentar às letras miúdas, principalmente se a viagem envolver prática de esportes (escalada, esqui, surfe), e se tiver idosos, gestantes, crianças ou outros participantes mais vulneráveis, para contratar um seguro que cubra eventuais perrengues. 

Pronto, depois de toda essa pesquisa, você já está escolado no destino e já desce do avião se sentindo um local. Espero que esse método ajude alguém por aí! E quero ouvir de vocês: como fazem um roteiro de viagem?

Sofás em frente à janela em casa na Islândia.