Carro na Europa com crianças: como escolher a melhor opção?

por | jan 29, 2021

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Em 2019, eu, Bruna e Martin (na época, o Benji ainda não tinha nascido) fizemos uma viagem para a Itália e Suíça com um casal de amigos que tem uma filhinha da mesma idade do Tintin (1 ano e meio à época). Como gostamos de dirigir, decidimos alugar um carro na Europa.

Nós quatro já havíamos viajado juntos antes, mas seria a primeira vez com 6 pessoas e não sabíamos muito bem o que esperar da logística, especialmente a parte de transporte. Porque quem tem filho sabe que esses pequenos precisam de muito mais bagagem do que nós adultos! É carrinho, cadeirinha, 2 milhões de fraldas, comidinhas, remédios para todas as doenças conhecidas – e algumas ainda não descobertas pela Humanidade. Ou seja, é um trampo!

No hotel, é mais fácil de nos virarmos com toda essa bagagem, a dificuldade maior é nas viagens entre países ou cidades. Chegaríamos pela Suíça e a gente passaria boa parte da viagem na Itália, então seriam duas viagens grandes no início e no final, além de todo o deslocamento lá na Toscana.

 

Primeira decisão ao alugar um carro na Europa: 1 automóvel grande ou 2 pequenos?

A primeira decisão já foi difícil: para dirigir na Europa, seria melhor alugar 1 carro grande ou 2 menores? Queríamos passar o maior tempo possível juntos, mas não é qualquer carro que cabe esse tanto de mala e mais 6 pessoas. Além disso, pensamos também na possível dificuldade de um dos pequenos acordar o outro nos trajetos e ficarem o tempo todo ligados, o que seria muito cansativo. Com 2 carros, os gastos seriam um pouco maiores, mas talvez a logística fosse mais fácil… decisão difícil.

No final das contas, a gente realmente queria fazer os trajetos juntos (porque boa parte das conversas e diversão acontece nesses momentos de deslocamento), então priorizamos viajar pela Europa em 1 carro só. E aí veio a segunda decisão: qual carro?

Pesquisamos muito. De cara, qualquer um com menos de 6 lugares já estaria automaticamente eliminado. Não é difícil achar minivans de 7 lugares, será que elas atenderiam?

A resposta rápida é: não. Aqui, estou falando de carros como Citroen C4, VW Touran e Sharan, Ford S Max, Renault Espace, Seat Alhambra. Esses são veículos para passageiros ou bagagem, não ambos. Não me levem a mal, são ótimos. Acho que atenderiam muito bem se nós fôssemos 5. O problema é que esses veículos geralmente têm aqueles bancos embutidos na 3ª fileira, que são um “quebra-galho”, nada confortáveis para viagens longas. Mas pior que isso é que, quando você levanta esses bancos, o espaço para bagagem desaparece completamente. E mesmo que você só levante 1 banco (porque são 6 pessoas), no espaço restante mal cabem malas para 3, quanto mais para 6. Fora de cogitação. 

Dicas de pesquisa para alugar carros

Nas suas pesquisas, um jeito muito prático para visualizar os porta-malas é digitar no Google o nome do carro + “trunk”. 

Aqui, um exemplo do VW Sharan. Assim, você começa a procura com muito mais segurança. 🙂

Mas se esses carros não atendem, então… teríamos que ir para uma van real oficial? Putz, a gente não queria isso de jeito nenhum, principalmente na Toscana, onde a sabemos que cidades pequenas com ruas estreitas são a norma, não a exceção.

Depois dessa discussão toda e encarando a possibilidade de alugar um carro na Europa que fosse grande o suficiente, avaliamos mesmo pegar uma dessas minivans menores que citei acima. Olha, ainda bem que desistimos!

Pesquisando um pouco, fechamos nossos alvos: carros como Mercedes V Class, Ford Tourneo, Citroen Space Tourer e VW Transporter

No final das contas, escolhemos e pagamos pelo Mercedes V Class. Legal, tudo pronto!

Mais ou menos, rsrs! Chegando lá, o atendente nos informou que o V Class e o VW Transporter seriam o mesmo preço. A gente poderia escolher qualquer um, mas ele sugeriu o VW. “Por que?”, perguntamos. “O Mercedes é ótimo para o dia a dia: confortável, mais luxuoso… mas o VW é melhor para uma viagem em que você precisa de espaço”.

Luxo x Espaço para andar de carro na Europa

Ainda estávamos tentados a pegar o Mercedes e, ao comparar ambos no pátio, essa intenção ficou mais clara: o Mercedes é mais confortável, os bancos eram de couro e “abraçavam” melhor o corpo… ele passa uma sensação de carro premium. O VW não era ruim, mas era mais simples. Pra ficar esse tempo todo na estrada, por que a gente pegaria ele? 

“Vamos abrir o porta-malas?”.

Bum! Não tem comparação. O VW é mais largo e alto, o que permite colocar muito mais malas. Não só isso, o mecanismo para deslocar os bancos era super simples! O banco não era de couro e a 3º fila era um daqueles bancos corrediços. Mas o que nos ganhou foi a 2ª fila, onde os meninos iriam: eram duas poltronas bem confortáveis e espaçosas, e que poderiam ser posicionadas pra frente ou pra trás. Com crianças, isso seria excelente! Normalmente, elas ficariam viradas pras mães lá na 3ª fila, mas seria bem fácil virar pra frente se fosse necessário (e foi!). Depois de uns 30 minutos de deliberação (somos indecisos, rsrs!), Transporter nos ganhou, escolhemos ele.

E bota espaço nisso!

Olha, o carro é grande! O lado ruim é que você tem que se adaptar ao tamanho (mas a posição de dirigir é ótima, depois de um tempo você até esquece que está dirigindo um ônibus disfarçado de carro de passeio. E não é necessário ter carteira de motorista especial).

O lado bom é que não tivemos nenhum problema com as bagagens, não era necessário fazer malabarismos a cada troca de hotel, isso economizou um tempo bom. E o consumo do carro foi surpreendente! Era movido a diesel e fez cerca de 11km/l nos cerca de 2.000km que percorremos, bom demais!

Carro na Europa: VW Transporter, nossa escolha de van Bruna dentro da VW Transporter que alugamos para a viagem. Haja espaço!

 

Banco giratório, a salvação das mamães pra andarmos de carro na Europa com as crianças

Nos primeiros dias, as crianças ficaram quase sempre viradas pra trás durante os trajetos (mais ou menos 2 a 3 horas por dia de viagem). A diversão era non-stop! Tinha cantoria, brincadeiras, comidinhas, mais cantoria, mais brincadeiras, mais comidinhas, outra cantor… bom, deu pra entender, né? O que que não tinha?! Sono!  

  
Crianças no carro: animadas de dia…
Ou de noite!

Eu e Filps íamos sempre na frente revezando na direção, então pra gente não fazia diferença. Mas a Bruna e a Pri estavam ficando cada vez mais cansadas, quase dando gatilho de entrar no carro, rsrs! Até que um belo dia, sugeri algo revolucionário: “que tal se a gente virasse as cadeiras dos meninos pra frente?”. Não o tempo todo, mas pelo menos pra que eles não tivessem o estímulo de ver as mães do início ao fim. Um pouco relutantes, elas acabaram topando. E…


Outra vida, rsrs.

A viagem seguiu ótima e tranquila. Na última semana, nossos amigos voltaram antes pro Brasil e os pais e irmão da Bruna chegaram. Continuamos em seis e o carro continuou atendendo super bem, ficamos muito satisfeitos mesmo.

E teve perrengue com carro grande? Claro que teve!

Não poderia faltar, né? Mas sinceramente, fui com a expectativa de ter mais dificuldade com o tamanho da van. Na estrada e em cidades maiores, zero problema.

Quando você vai para cidades menores, aí podem rolar uns perhaps. Passamos por dois apertos dirigindo lá na Itália.

O primeiro foi perto de Siena, visitando o delicioso Ristorante Dal Cateni. Precisamos fazer uma manobra de 90 graus em uma rua muito estreita. Filipe dirigia e, sem exagero, precisei sair do carro e orientá-lo por uns 10 minutos para conseguirmos fazer aquela curva! 


Região do primeiro perhaps: imagem do Google maps do restaurante Del Cateni.

 

O segundo foi em Il Poggio. Sem querer, entramos em uma via de mão única e tivemos que voltar de ré numa ruela minúscula. De novo: desce do carro, orienta, esterça volante, anda 40cm, volta, desesterça, mais 50cm… é um pouquinho estressante, mas deu tudo certo!

 
Região do segundo perhaps: imagem do Google maps em Il Poggio. 

 

Aluguel para andar de carro na Europa com as crianças: o resumo das nossas escolhas

A escolha do carro na Europa para andar por lá foi uma mini aventura dentre muitas que passamos na viagem. Se você tiver que fazer essa decisão, esperamos que esse post ajude de alguma forma. 🙂

As vantagens de alugar dois carros são maior flexibilidade na logística e no roteiro, caso queiram dividir o grupo em algum momento.

As vantagens de alugar um carro são a economia e a possibilidade de fazerem os trajetos juntos.

Na minha opinião, se o grupo for de até 5 pessoas, optar por um carro na Europa como uma minivan pode atender bem. A partir de 6 pessoas, acho que a ginástica para tentar fazer tudo caber num carro desses não compensa. Recomendo demais uma van maior como essas. Pra gente, pelo menos, foi ótimo.


Carro na Europa: Van para dirigir na EuropaMarcos ao lado na nossa casa ambulante.

2 Comentários

  1. Hugo Cruz

    Olá tudo bem?

    Estou em uma situação similar para uma viagem com 6 pessoas. Estou achando que pro meu roteiro talvez fique mais barato de 2 carros, visto que teríamos que aligar somente 1 (já moro na europa e tenho um carro).

    Mas gostaria de saber como foi o processo de decisão de vocês e por qual locadora fizeram a locação.

    Atenciosamente,

    Responder
    • Marcos Moreira

      Olá, Hugo! Tudo bom, e contigo?
      No seu caso, concordo que, provavelmente, ficará mais barato com dois carros.
      Nós alugamos via Holiday Autos um carro da Europcar. A nossa decisão incluiu preço também, pois pra gente ficaria mais barato alugar 1 carro. Mas desde o início a gente queria usar um carro só porque achamos que seria mais divertido aproveitarmos o trajeto juntos. Viajamos em 6 pessoas: eu e minha esposa com o nosso filho e um grande casal de amigos com a filha deles. Como a gente andaria muito de carro, esse foi um fator importante na nossa escolha. Se passar esse tempo dos trajetos juntos é algo importante pra vocês, eu consideraria 1 carro só. Se não for tão essencial assim, concordo contigo que vai ficar mais barato alugar um carro menor. Um abraço, boa decisão e ótima viagem!

      Responder

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